Catequese: A importância da Iniciação Cristã

A iniciação cristã busca responder aos desafios que a transmissão da fé apresenta aos homens e mulheres de hoje, marcados por um contexto secularizado e plural.

15/07/2019

A sociedade atual, secularizada e pluralista, vive uma crise de valores. Entre esses valores situa-se a fé, que parece perder espaço para as grandes conquistas da modernidade. Mas isso não significa que a fé cristã deixa de ter sentido porque há uma crise na transmissão de valores às novas gerações. Pelo contrário, diante dessa crise, entre eles o sentido da vida, a fé aparece como guardiã das respostas às perguntas últimas do ser humano (quem sou, para onde vou, o que posso esperar...).

A questão é como a fé cristã responde aos novos desafios. Não podemos dar por suposto que o fato de uma pessoa ter sido batizada e, até mesmo, recebido a primeira comunhão, tenha feito um verdadeiro encontro com Cristo.

É neste horizonte que a iniciação cristã aparece como um modelo de catequese adequado aos novos desafios. Ela está essencialmente ao serviço da fé. Isso significa dizer que a iniciação não tem um fim em si mesma, mas trabalha para tornar possível e efetiva a acolhida do mistério de Deus na vida do ser humano.

Segundo o Diretório Geral da Catequese, n. 67, a iniciação confere à catequese três características fundamentais: uma formação orgânica e sistemática fé; um aprendizado de toda a vida cristã, favorecendo um autêntico seguimento de Cristo; e uma formação de base, centrada naquilo que constitui o núcleo da experiência cristã, ou seja, lança os fundamentos do edifício espiritual do cristão e alimenta as raízes da sua vida de fé.

Com isso, a iniciação não ensina apenas “como” os sacramentos da iniciação (Batismo, Eucaristia e Crisma) devem ser administrados, mas qual perfil de cristão está sendo formado para celebrar estes sacramentos e qual é a comunidade que desejamos edificar para que seja expressão autêntica do Reino de Deus.

A catequese, entendida como iniciação à vida cristã, supera a ideia de uma fé herdada sociologicamente, para ser uma fé proposta, interpeladora, capaz de dialogar com os homens e mulheres de hoje e abrir horizontes para aqueles que buscam o sentido pleno da vida.