Pastoral: Porta aberta de participação do Leigo na comunidade

A pastoral na vida da Igreja é o serviço de continuidade à missão de Jesus Cristo de todo fiel batizado. Através dela o leigo se integra plenamente na comunidade.

22/07/2019

O termo “pastoral”, que indica a ação da Igreja, historicamente teve como conotação primeira a tarefa do pastor. Praticamente, até o Concílio Vaticano II (1962-1965), o conceito de laicato esteve caracterizado por notas negativas (os leigos eram definidos como aqueles não pertenciam à ordem sacerdotal e nem à vida religiosa na Igreja) e, na estrutura piramidal, ser leigo significava pertencer à base da organização eclesial, caracterizada pela passividade e obediência. “Os leigos – escrevia o cardeal polonês Hlond em uma carta pastoral sobre a paróquia, em 1933 – não estão fora da Igreja. Não podemos considerá-los como uma espécie de apêndice da Igreja, como se esta compreendesse apenas a hierarquia”.

O Concílio Vaticano II, considerado um Concílio Pastoral, possibilitou um maior espaço para a participação dos leigos na vida da Igreja. Prova disso, foi o surgimento de inúmeras iniciativas eclesiais sob a responsabilidade de leigos e leigas nas últimas décadas.

A pastoral, além de ser um lugar de realização da vocação à vida cristã, também expressa o cuidado da Igreja por todas as realidades humanas (crianças, idosos, pessoas em situação de rua, indígenas...) que necessitam ser iluminadas pelo Evangelho.

Podemos dizer que as diversas pastorais presentes em uma comunidade paroquial são portas abertas para que os leigos possam dispor comunitariamente dos dons que recebeu. Mas não basta pensar apenas no âmbito intraeclesial, ou seja, dentro da própria Igreja. A missão do leigo é ser “sal da terra e luz mundo”, para além dos muros da Igreja, sendo fermento de fé na sociedade, ser uma “Igreja em saída”.

O leigo precisa assumir que sua vocação e missão é para o mundo. Embora continue sendo um referente necessário como modelo de atenção pastoral, não podemos pensar a estrutura eclesial somente desde o âmbito paroquial. É preciso ensaiar outros modelos pastorais que alcancem aquelas realidades que o serviço paroquial não é capaz de atender, especialmente nos contextos urbanos.