23/12/2019
O povo diante das escravidões e opressões sofridas esperava a vinda de um Messias que viesse lançar fogo à terra, castigar os maus e os pecadores, dar início ao "juízo de Deus" (cf. Mt 3,11-12); mas, ao contrário, Jesus veio de forma simples e pobre.
Não bastasse isto em sua vida Jesus aproximou-se dos pecadores, dos marginais, dos impuros, estendeu-lhes a mão, mostrou-lhes o amor de Deus, ofereceu-lhes a salvação (cf. Mt 8-9).
Quando João Batista e os seus discípulos se depararam com esta figura ficaram desconcertados: Jesus será o Messias esperado, ou é preciso esperar um outro que venha atuar de uma forma mais decidida, mais lógica e mais justiceira? Jesus teria a consciência de ser o Messias?
A resposta é obviamente positiva, Jesus tinha consciência e para dá-la, Jesus recorre a um conjunto de citações de Isaías que definem, na perspectiva dos profetas, a ação do Messias enviado de Deus: dar vida aos mortos (cf. Is 26,19), curar os surdos (cf. Is 29,18), dar vista aos cegos, dar liberdade de movimentos aos coxos (cf. Is 35,5-6), anunciar a Boa Nova aos pobres (cf. Is 61,1).
Ora, se Jesus realizou estas obras (cf. Mt 8-9), é porque Ele é o Messias, enviado por Deus para libertar os homens e para lhes trazer o "Reino". A promessa de vinda do Messias, do Salvador, foi cumprida! A sua mensagem e os seus gestos contêm uma proposta libertadora que Deus faz aos homens.
Neste tempo de espera do Natal, somos todos convidados a aguardar a sua chegada nos preparando para a sua próxima vinda, com a certeza de que Deus não nos abandonou, mas continua a vir ao nosso encontro e a oferecer-nos a salvação.
Os "sinais" que Jesus realizou enquanto esteve entre nós são mostrados como confirmação da sua divindade e proposta de vivência para seus seguidores, que devem continuar sua missão perpetuando no mundo em nome de Jesus, a ação libertadora de Deus.
Neste período de reflexões, revisão do ano e planejamento do que vem chegando, somos convidados, cheios de esperança neste Deus que não nos abandona, a tomarmos Jesus como base e exemplo para nossa vida, refinando nosso olhar, para sermos mais atentos ao lado simples da vida, às relações saudáveis e, aos principalmente aos mais fracos e marginalizados.
Desejamos um Santo Natal, cheio de alegrias e bênçãos a todos que nos acompanham e seus familiares.
Autor: Guilherme Piza - Secretário de Pastoral
