17º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Lucas 11,1-13

28/07/2019

1. Oração Inicial

SENHOR DEUS, que sois Pai de todos os homens e mulheres, que atentos as palavras de teu Filho, possamos com ele aprender a rezar e a colocar em prática a tua vontade, reconhecendo em cada pessoa um irmão, uma irmã. AMÉM.

2. Leitura: O que diz o texto?

a) Introdução: A “escola de oração” de Jesus ensina que a oração do fiel deve ser como um diálogo confiante de uma criança com o seu pai, sua mãe. Com Jesus, o fiel é convidado a descobrir em Deus “o Pai” e a dialogar frequentemente com ele acerca desse mundo novo que o Pai/Deus quer oferecer a humanidade.

b) Leitura do texto: Façamos uma leitura atenta, pausada e reflexiva. Procurando descobrir a mensagem de fé que o evangelista quis transmitir a sua comunidade.

c) Um momento de silêncio orante: Façamos um tempo de silêncio, para que a Palavra de Deus possa penetrar nossos corações e iluminar nossa vida.

d) O que diz o texto?

  1. Onde e com quem Jesus estava? O que Jesus fazia?
  2. Quem tomou a iniciativa de iniciar o diálogo? E o que pede?
  3. Como Jesus chama a Deus e quais são as petições contidas na oração ensinada por Jesus?
  4. Quais o acento das parábolas contadas por Jesus? O que o Pai quer dar a todos que a ele pedirem?

Para aprofundar no texto

Lucas é o evangelista da oração de Jesus. Ele refere a oração de Jesus no Batismo (cf. Lc 3,21), antes da eleição dos Doze (cf. Lc 6,12), antes do primeiro anúncio da paixão (cf. Lc 9,18), no contexto da transfiguração (cf. Lc 9,28-29), após o regresso dos discípulos da missão (cf. Lc 10,21), na última ceia (cf. Lc 22,32), no Getsemani (cf. Lc 22,40-46), na cruz (cf. Lc 23,34.46). Em geral, a oração é o espaço de encontro de Jesus com o Pai, o momento do discernimento do projeto do Pai. Jesus ora ao Pai e ensina aos discípulos como orar ao Pai. Não se trata tanto de ensinar uma fórmula fixa, que os discípulos devem repetir de memória, trata-se mais de propor um “modelo”. Como é que os discípulos devem, então, rezar? Dois aspetos devem ser considerados no diálogo com Deus: quanto à “forma” – deve ser um diálogo de um filho com o Pai; e quanto ao “assunto” – o diálogo incidirá na realização do plano do Pai, na chegada do mundo novo. No Antigo Testamento, Deus é “como um pai” que manifesta amor e solicitude pelo seu Povo (cf. Os 11,1-9). Entretanto, na boca de Jesus, a palavra “Pai” referida a Deus não é usada em sentido simbólico, mas em sentido real: para Jesus, Deus não é “como um pai”, mas é “o Pai”. A expressão “Pai” usada por Jesus traduz o original aramaico “abba” (cf. Mc 14,36), tratamento familiar das crianças para com seu “papai”. Ao referir-se a Deus desta forma, Jesus manifesta a intimidade, o amor, a comunhão de vida, que o ligam a Deus. No entanto, o aspeto mais surpreendente reside no fato de Jesus ter aconselhado os seus discípulos a tratarem a Deus da mesma forma, admitindo-os à comunhão que existe entre Ele e Deus. Ao identificarem-se com Jesus e ao acolherem suas propostas, eles estabelecem uma relação íntima com Deus (como Jesus). Tornam-se, portanto, “filhos de Deus”. Sentir-se “filho” desse Deus que é “Pai” implica, ainda, reconhecer a fraternidade que nos liga a uma imensa família de irmãos. Dizer a Deus “Pai” implica sair do individualismo que aliena, superar as divisões e destruir as barreiras que impedem de amar e de ser solidários com os irmãos, filhos do mesmo “Pai”. Desta forma, Jesus convida os discípulos a assumirem, na sua relação e no seu diálogo com Deus, a mesma atitude dele: a atitude de uma criança que, com simplicidade, se entrega confiante nas mãos do pai, acolhe naturalmente a sua ternura e o seu amor e aceita a proposta de intimidade e de comunhão que essa relação pai/filho implica; convida, também, os discípulos a assumirem-se como irmãos e a formarem uma verdadeira família, unida à volta do amor e do cuidado do “Pai”. Definida a “atitude”, falta definir o “assunto” ou o “tema” da oração. Na perspectiva de Jesus, o diálogo do fiel com Deus deve, sobretudo, abordar o tema do advento do Reino, do nascimento desse mundo novo que Deus nos quer oferecer. A referência à “santificação do nome” expressa o desejo de que Deus se manifeste como salvador aos olhos de todos os povos e o reconhecimento por parte da humanidade, da justiça e da bondade do projeto de Deus para o mundo; a referência à “vinda do Reino” expressa o desejo de que esse mundo novo que Jesus veio propor se torne uma realidade na vida humana; a referência ao “pão de cada dia” expressa o desejo de que Deus não cesse de nos alimentar com a sua vida (na forma do pão material e na forma do pão espiritual); a referência ao “perdão dos pecados” pede que a misericórdia de Deus não cesse de derramar-se sobre as nossas infidelidades e que, a partir de nós, ela atinja também os outros irmãos que falharam; a referência à “tentação” pede que Deus não deixe que sejamos seduzidos pelo apelo das felicidades ilusórias, mas que nos ajude a caminhar ao encontro da felicidade duradoura, da vida plena. Duas parábolas finais completam o quadro. O acento da primeira (vers. 5-8) não deve ser posto tanto na insistência do “amigo inoportuno”, mas mais na ação do amigo que satisfaz o pedido; o que Jesus pretende dizer é: se os homens são capazes de escutar o apelo de um amigo inoportuno, ainda mais Deus atenderá gratuitamente aqueles que se lhe dirigem. A segunda parábola (vers. 9-13) convida à confiança em Deus: ele conhece-nos bem e sabe do que necessitamos; em todas as circunstâncias ele derramará sobre nós o Espírito, que nos permitirá enfrentar todas as situações da vida com a força de Deus.

3. Meditação: O que o texto nos diz, hoje, para nossa vida?

a) Como tem sido nossa oração, quanto à forma e ao conteúdo? Assemelha-se a um diálogo, a um encontro entre um filho e um pai queridos; ou a um importunador que busca apenas vantagens para si?

b) Os momentos de oração tem sido um espaço de escuta e comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs, ou um espaço comercial, de “negociatas” (dou-te isto, se me deres aquilo) onde o que importa minhas necessidades e desejos?

4. Oração: O que dizemos a Deus depois de ouvir e meditar sua Palavra?

Colocamos em forma de oração tudo o que refletimos sobre o Evangelho e sobre nossa vida:

“Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á.”.

- Cada um pode fazer sua oração pessoal, rezar o Salmo 137(138) e concluir com a oração do Pai Nosso.

5. Contemplar o rosto de Deus encontrado no texto e comprometer-nos com a transformação da realidade.

Compromisso: Colocar-se na escola de oração de Jesus, buscando perceber as nuances de nossa oração. Ofereça ao Senhor alguma atitude concreta para viver esta semana.

Levemos uma “palavra”: Pode ser um versículo ou uma frase do texto. Tente guarda-lo de cor e encontre um momento a cada dia para recordá-la e ter um momento de oração, onde você possa voltar a conversar com o Senhor.

6. Oração final.

Pai Nosso, nós te damos graças pela oração, porque Jesus teu Filho ensinou-nos a buscar-te e a falar-te diretamente e com confiança, como um filho a seu pai. Que possamos sentir-nos sempre fortalecidos e animados numa oração profunda e sincera. AMÉM.

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