09/09/2019
A Bíblia Sagrada é o conjunto de livros e escritos, considerado pelos cristãos inspirado por Deus e fonte primordial da sua fé, por isso o atributo Sagrada. Os textos bíblicos estão divididos entre Antigo e Novo Testamento. O Antigo Testamento consta com 46 livros na Bíblia Católica e com 39 livros nas versões protestantes. O Novo Testamento tem 27 livros em todas as versões. Totalizando 73 livros nas Bíblias Católicas e 66 nas protestantes. O Antigo Testamento trata de temas de antes de Jesus Cristo, também é conhecido como Escrituras Judaicas por ser o conjunto de livros sagrados para os Judeus. É deste conjunto que trataremos neste artigo e no da próxima semana.
O Antigo testamento traz a história da constituição do povo de Deus, que se origina dos descendentes de Abraão, cujos relatos remontam ao início do século 18 antes de Cristo (a.C.); de Abraão descende Isaac e de Isaac Jacó, que teve 12 filhos. Dos 12 filhos de Jacó, também chamado Israel, constituiu-se doze tribos, que ficarão conhecidos como as tribos de Israel, de onde descende hoje o povo Judeu.
Este povo constrói a sua história a partir da promessa que o patriarca Abraão teria recebido de Deus: uma terra para habitar; uma grande descendência e que contaria sempre com sua benção, por todas as gerações. Podemos dizer com segurança que o momento mais forte para a constituição desse povo, teria acontecido por volta do ano 1300 a.C. quando fugindo do Egito, o povo atravessou o Mar Vermelho, liderado por Moisés, fato conhecido como o Êxodo.
O Antigo Testamento não é apenas história de um povo, é também uma teologia e uma catequese. Os seus autores ao escrever os textos, interpretam os fatos desde a perspectiva de que Deus caminho com esse povo. Mesmo nos momentos em que o povo de distância deste Deus, Ele envia mensageiros para lembrar ao povo sua aliança. Todas as narrativas têm por objetivo instruir o povo na Lei de Deus. Portanto não deve ser lido sem esta consideração: Deus se revela ao povo e o povo aos poucos vai conhecendo a Deus.
A própria concepção de quem é Deus vai sendo construída ao longo da história por meio de diversas narrativas. Desde um politeísmo onde YAVEH é considerado uma entre diversas divindades. Passando pela monolatria onde o Deus de Israel é chamado o maior que todos dos deuses (Êxodo 18, 11; Salmo 95,3) e que só ele deveria se adorado. Chegando por fim, já às portas do Novo Testamento, ao monoteísmo (Isaias 44,6) que se consolida após o retorno dos judeus do exílio da Babilônia (587-537 a.C.).
Nós também ao lermos todas as histórias ali narradas, somos chamados a descobrir em nossas vidas essa presença constante de Deus que caminha ao nosso lado, como caminhou junto daquele povo.
Padre Almir Roberto Borges CMF
Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Campinas
Responsável pela Animação Bíblica dos Missionários Claretianos
