19/08/2019
No ato da criação, Deus criou o homem e a mulher e disse: Portanto, deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne (Gn. 2,24). Com essa determinação, a Igreja Católica entende que o matrimônio é uma vocação, pois se trata de uma vontade do próprio Deus.
Assim, a vocação ao matrimônio se apresenta como condição fundamental para se assumir a Boa Nova de Jesus no mundo contemporâneo. Mas o que é o matrimônio? Trata-se de um dos sete sacramentos da Igreja Católica que, assim como o Sacramento da Ordem, tem uma função de serviço. E por que é uma vocação? Porque também se apresenta como um chamado de Deus e uma escolha humana, sempre com o propósito de testemunhar o amor de Deus no mundo.
O matrimônio, como expressão do amor de Deus no mundo, tem uma tríplice exigência. Ele demanda uma relação de fidelidade e confiança entre duas pessoas que assumiram viver juntas por toda a vida. Isso implica em dizer que a relação que deve existir entre essas duas pessoas torna-se um desafio e uma exigência constantes que se sustenta e se fortalece quando existe doação, renúncia e respeito um pelo outro. Ou seja, no exercício de duas liberdades se estabelece uma relação de cumplicidade que une, respeitando-se a diversidade, duas pessoas que se complementam.
Outra exigência, sempre como fruto de uma decisão do casal e da gratuidade de Deus, é a presença dos filhos, que expressam a complementação da vida do casal e como ato de amor que extrapola a estreita relação conjugal. Os filhos são a expressão do ato de amor de Deus e do casal e são assumidos em toda a sua riqueza, complexidade e corresponsabilidade.
E, finalmente, a terceira exigência, diz respeito ao compromisso do casal na vida em sociedade. O amor vivenciado por eles não deve se traduzir num ato voltado para si mesmo ou apenas na relação com os filhos. O matrimônio se traduz também num gesto de amor que se faz presente na vida da comunidade e da própria sociedade. O casal é chamado a atuar na comunidade em que vive, concretizando o amor de Deus, por meio do testemunho da Igreja, e na sociedade, por meio de sua profissão e nos mais diversos campos de atuação, como na educação, na política, entre outras.
Diante dessa tríplice exigência, a vocação ao matrimônio se apresenta para todos os cristãos e cristãs como uma vocação que realmente deve ser celebrada e valorizada neste mês de agosto dedicado às vocações. Que surjam, cada vez mais, casais cristãos comprometidos com os valores do Evangelho, pois são uma esperança para a realização de um mundo mais ético e cidadão.
Sávio Carlos Desan Scopinho
Gerente de Pastoral do Claretiano - Rede de Educação
