12º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Reflexão Bíblica: Lucas 9,18-24

19/06/2019

1. Oração Inicial

Espírito Santo ilumine-nos com sua luz para receber, hoje, a Palavra do Pai. Abra nossas mentes e nossos corações para compreendê-la e nos dê a graça, a vontade e a coragem para vivê-la em nossas vidas. Amém.

2. Leitura: O que diz o texto?

a) Introdução: O Evangelho confronta-nos com a pergunta de Jesus: “e vós, quem dizeis que Eu sou?” Paralelamente, apresenta o caminho messiânico de Jesus, não como um caminho de glória e de triunfos humanos, mas como um caminho de amor e de cruz. “Conhecer Jesus” é aderir a Ele e segui-lo nesse caminho de entrega, de doação, de amor total.

b) Leitura do texto: Leiamos este texto de Lucas com muita atenção, buscando descobrir a mensagem de fé que o evangelista quis transmitir à sua comunidade. Pode-se lê-lo uma segunda vez. Lucas 9,18-24:

18Num dia em que ele estava a orar a sós com os discípulos, perguntou-lhes: Quem dizem que eu sou?19Responderam-lhe: Uns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros pensam que ressuscitou algum dos antigos profetas.20Perguntou-lhes, então: E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: O Cristo de Deus.21Ordenou-lhes energicamente que não o dissessem a ninguém.22Ele acrescentou: É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia.23Em seguida, dirigiu-se a todos: Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me.24Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á.

c) Um momento de silêncio orante: Façamos um tempo de silêncio, para que a Palavra de Deus possa penetrar nossos corações e iluminar nossa vida.

d) O que diz o texto?

  1. Como o autor do texto apresenta Jesus ao iniciar este relato?
  2. Quais perguntas Jesus faz aos discípulos e qual a respostas deles?
  3. Depois desse diálogo inicial, qual o anúncio que Jesus faz aos discípulos?
  4. Qual a exigência de Jesus para todos que nele acredita e quer segui-lo?

Para aprofundar no texto

Estamos na fase final da etapa da Galileia. Jesus passou algum tempo apresentando o seu projeto e a levar a Boa Nova aos pobres, aos marginalizados, aos oprimidos (cf. Lc 4,16-21). Ao redor dele, foi-se formando um grupo de “testemunhas”, que admiraram a sua atuação e que se juntaram a esse sonho de criar um mundo novo, de justiça, de liberdade e de paz para todos. Agora, antes de começar a etapa decisiva da sua caminhada nesta terra (o “caminho” para Jerusalém, onde Jesus irá concretizar a sua entrega de amor), os discípulos são convidados a tirar as suas conclusões acerca do que viram, ouviram e testemunharam.

A cena de hoje começa apresentando Jesus em oração (vers. 18). É algo próprio de Lucas que põe sempre Jesus a rezar antes de um momento fundamental (cf. Lc 5,16; 6,12; 9,28-29; 10,21; 11,1; 22,32.40-46; 23,34). A oração é o lugar do reencontro de Jesus com o Pai; depois de rezar, Jesus tem sempre uma mensagem importante – uma mensagem que vem do Pai – para comunicar aos discípulos. A questão importante que, no contexto do episódio de hoje, Jesus tem a comunicar, tem a ver com a questão: “quem é Jesus?” A época de Jesus foi de crise profunda para o Povo de Deus; e o sofrimento gerou uma enorme expectativa messiânica. Asfixiado pela dor que a opressão trazia, o povo sonhava com a chegada desse libertador anunciado pelos profetas – um grande chefe militar que, com a força das armas, iria restaurar o império de seu pai David e obrigar os romanos opressores a levantar o jugo de servidão que pesava sobre a nação. Na época apareceram, aliás, várias figuras que se assumiram como “enviados de Deus”, criaram à sua volta um clima de ebulição, arrastaram atrás de si grupos de discípulos exaltados e acabaram, invariavelmente, chacinados pelas tropas romanas. Jesus é também um destes demagogos, em quem o Povo vê cristalizada a sua ânsia de libertação?

Aparentemente, Jesus não é considerado pelas multidões “o messias”: o Povo identifica-o, preferentemente, com Elias, o profeta que as lendas judaicas consideravam estar junto de Deus, reservado para o anúncio do grande momento da libertação do Povo de Deus (vers. 19); talvez a sua postura e a sua mensagem não correspondessem àquilo que se esperava de um rei forte e vencedor.

Os discípulos, no entanto, companheiros de “caminho” de Jesus, deviam ter uma perspectiva mais elaborada e amadurecida. De fato, é isso que acontece; por isso, Pedro não tem dúvidas em afirmar: “Tu és o messias de Deus” (vers. 20). Pedro representa aqui a comunidade dos discípulos – essa comunidade que acompanhou Jesus, testemunhou os seus gestos e descobriu a sua ligação com Deus. Dizer que Jesus é o “messias” significa reconhecer nele esse “enviado” de Deus, da linha davídica, que havia de traduzir em realidade essas esperanças de libertação que enchiam o coração de todos.

Jesus não discorda da afirmação de Pedro. Ele sabe, no entanto, que os discípulos sonhavam com um “messias” político, poderoso e vitorioso e apressa-se a desfazer possíveis equívocos e a esclarecer as coisas: Ele é o enviado de Deus para libertar os homens; no entanto, não realizará essa libertação pelo poder das armas, mas pelo amor e pelo dom da vida (vers. 22). No seu horizonte próximo não está um trono, mas a cruz: é aí, na entrega da vida por amor, que Ele realizará as antigas promessas de salvação feitas por Deus ao seu Povo.

A última parte do texto (vers. 23-24) contém palavras destinadas aos discípulos: aos de ontem, de hoje e de amanhã. Todos são convidados a seguir Jesus, isto é, a tomar – como Ele – a cruz do amor e da entrega, a derrubar os muros do egoísmo e do orgulho, a renunciar a si mesmo e a fazer da vida um dom. Isto não deve acontecer em circunstâncias excepcionais, mas na vida quotidiana (“tome a sua cruz todos os dias”). Desta forma fica definida a existência cristã.

3. Meditação: O que o texto nos diz, hoje, para nossa vida?

Não é necessário responder a cada pergunta. Selecionar as mais significativas para o grupo. O importante é conhecer e aprofundar o texto, refletir e descobrir seu sentido para nossa vida.

a) Como compreendemos em nossa vida o ser de Jesus? Quem é ele para cada um de nós?

b) Ser cristão supõe “tomar a cruz” do amor, da doação, da entrega aos irmãos, implica uma existência vivida na simplicidade, no serviço humilde, na generosidade. Que caminho pessoalmente e como comunidade procuramos percorrer?

c) Nos momentos das decisões importantes da vida, sinto a necessidade de dialogar com Deus e de escutar o que Ele tem para me dizer? Ou minha oração resume-se a dizer a Deus minhas necessidades, desejos e vontades?

4. Oração: O que dizemos a Deus depois de ouvir e meditar sua Palavra?

Colocamos em forma de oração tudo o que refletimos sobre o Evangelho e sobre nossa vida:

Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me.

- Cada um pode fazer sua oração pessoal, rezar o Salmo 62(63) e concluir com a oração do Pai Nosso.

5. Contemplar o rosto de Deus encontrado no texto e comprometer-nos com a transformação da realidade.

Compromisso: Perceber como vivo o testemunho de Jesus Cristo diante da família, da comunidade cristã e da sociedade. Ofereça ao Senhor alguma atitude concreta para viver esta semana.

Levemos uma “palavra”: Pode ser um versículo ou uma frase do texto. Tente guarda-lo de cor e encontre um momento a cada dia para recordá-la e ter um momento de oração, onde você possa voltar a conversar com o Senhor.

6. Oração final

Cristo Jesus, como Pedro nós confessamos: “Tu és o Messias de Deus”. Nós te damos graças pelo caminho que escolheste. Nós te pedimos: que o teu Espírito sustente a nossa fé, no meio das dúvidas que tantas vezes nos assaltam. Amém.

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